Meu pai e eu sempre compartilhamos três paixões: cultura, história e línguas estrangeiras. Tentamos compartilhar uma quarta – o Direito, mas mesmo tendo me formado na área, eu acabei seguindo pela tradução. Lembro-me, ainda pequena, de meu pai incentivando meus estudos linguísticos. Eu passava horas na frente do espelho tentando imitar sotaques e repetia as frases dos meus atores favoritos em seus idiomas nativos. O amor por línguas certamente vem dele, mas a paixão por transpor os obstáculos culturais e linguísticos que, sem a tradução, poderiam nos separar (ainda mais), veio de cada vez que eu ajudei alguém a se comunicar com um estrangeiro, traduzi textos para amigos e, finalmente, percebi que essa era a minha vocação, o meu chamado. Quando decidi me dedicar integralmente à tradução, meu pai ficou preocupado. Lá se foram cinco anos de Direito, dois anos como estagiária concursada do Ministério Público do Estado de São Paulo e três anos de experiência na prática jurídica. Mal sabia ele (e eu também), que o Direito continuaria presente na minha vida como tradutora. Ao longo dos anos, meu pai foi aprendendo comigo e eu continuei aprendendo com ele. Neste post, meu pai fala das paixões que compartilhamos, do curso de tradução que fez este ano para melhor compreender minha profissão e como ele vê a importância da tradução, como diriam os Titãs, “desde os primórdios até hoje em dia”. Enjoy!